Para facilitar nosso exercício mental, vamos criar uma situação hipotética, imagine a produção de tomate.
O cultivo do tomate necessita de terras, estufas, fertilizantes, água, precisa de pessoas que plantem, agoem, mantenham, colham, precisa até mesmo de um clima propício.
Então, em 2025 um burocrata verifica que o preço de um quilo de tomate, em 2024, era 10 reais. Ele então decide baseado em cálculos próprios que, à partir de 1 de Janeiro de 2026 o quilo do tomate custará 12 reais e o preço será nacionalmente tabelado.
A felecidade toma conta da nação. As pessoas urram de alegria. Dali para a frente, o tomate poderá ser comprado sem variação de preços.
Todos muito felizes até que, lá fora, o preço do petróleo aumenta. Isto aumenta o preço dos fertilizantes importados e de outros insumos e materiais utilizados pelo produto, ou seja, o custo de produzir o tomate aumenta, mas o dono da fazenda não pode repassar o custo, pois os preços são tabelados.
Novamente a felicidade impera. As pessoas urram de alegria. O fazendeiro capitalista opressor vai lucrar menos.
Mas não para por aí. Se o petróleo custa mais, todos os preços de transporte aumentam, entretanto como o transportador não pode aumentar o preço, ele para de atender lugares mais afastados de sua localização. Com os novos custos, o fazendeiro consegue atender sem ter prejuízo apenas ao centro consumidor localizado ao lado da fazenda. O fazendeiro então não tem mais como entregar o tomate para pessoas que moram em regiões mais afastadas, que a despeito do tabelamento, decidem “pagar por fora” para receber o produto.
Se não paga, não tem como entregar e as pessoas que gostam de tomate ficam sem. Opa, elas já não urram de alegria.
Ou, o produtor decide pagar “por fora” para irem buscar lá seu tomate. E as margens de lucro novamente caem. E as pessoas (neste caso) riem do fazendeiro “Agora ele sabe como é bom aumentar preços”.
E, de repente, além do aumento do preço do fertilizante e do combustível, o agricultor enfrenta uma seca. E produz metade do tomate que produzia normalmente. Sem poder aumentar o preço, e já tendo gastos a mais, ele percebe que vai ter prejuízo se for pagar a alguém para que colha a plantação e não o faz.
Opa, que fazendeiro malvado, não contratou trabalhadores rurais, os pobres ficarão mais pobres. Sem colher o tomate, as plantações apodrecem no campo. E não chega tomate para o povo.
Um politico (sempre do time que implantou o congelamento de preços) vai lá e vê que ainda há tomates e deduz “O fazendeiro, desonesto, está estocando tomate para obrigar o governo a aumentar o preço tabelado” e volta para a cidade e avisa que o tabelamento não está funcionando por causa da ganância doa fazendeiros.
O povo, agora sem tomate, grita de indignação e exige medidas imediatas do governo.
O fazendeiro, que não tinha como vender o tomate é preso. As pessoas urram de alegria ao verem a justiça sendo feita. Ainda que continuem sem o tomate.
O filho do fazendeiro, enquanto paga caro a um advogado, dedide plantar feno, que paga mais por ser exportado.
As pessoas passam a sentir falta do tomate.
Imagine isto repetido para cenoura, pepino, tomate, batata e banana
O mesmo povo que urrava de alegria, agora urra de ódio, ódio dos fazendeiros gananciosos que pararam de plantar tomate. E ficam assim até alguém pensar melhor e passar a cobrar do governo que faça algo. E o governo retira o tabelamento de preços. Por haver menos gente produzindo tomate, o preco aumenta exponencialmente, fazendo com que poucos possam comer tomate.
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