
Uma transformação silenciosa, mas monumental, está a caminho de impactar as finanças de milhões de brasileiros. O Projeto de Lei nº 1.087 de 2025 propõe uma mudança que, na superfície, parece um alívio fiscal bem-vindo, mas que, sob a ótica da responsabilidade fiscal e da economia liberal, revela uma complexa teia de compensações e riscos para o ambiente de negócios.
Se, por um lado, há um inegável benefício para a classe média trabalhadora—finalmente desonerada de uma tabela defasada—, por outro, a conta para bancar essa bondade é apresentada ao setor produtivo e aos investidores.
Não estamos falando de ajustes marginais. Estamos diante de uma manobra que usa o alívio popular como fachada para aumentar a progressividade do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e reintroduzir mecanismos de tributação que podem frear o investimento e o crescimento econômico a partir de 2026.
Lembre-se da máxima de Thomas Sowell: “Nada é mais desigual do que tratar de maneira igual coisas desiguais.” O mesmo deve ser dito sobre a tributação: nada é mais perigoso do que um aumento de impostos disfarçado de justiça social.
Preparamos o guia mais completo para que você não apenas entenda o Projeto, mas saiba exatamente o quanto essas mudanças custarão ao desenvolvimento do país e ao seu bolso. E a melhor parte? Você pode quantificar o impacto agora mesmo, usando a nossa Calculadora Exclusiva!
O Alívio Bem-Vindo: Desonerando o Trabalhador 🤝
É consenso, inclusive entre os liberais e a direita, que a tabela do Imposto de Renda no Brasil estava dramaticamente defasada. A correção, elevando o limite de isenção, é um ato de justiça àqueles que mais sentiram o peso da inflação e da ausência de correção histórica.
1. A Isenção de R$ 5.000: Um Gesto Necessário
A proposta de isentar, na prática, rendimentos mensais de até R$ 5.000,00 é positiva. Trata-se de liberar o dinheiro do cidadão comum para que ele decida o que fazer com ele, e não o Estado. Como argumenta a escola liberal, a melhor forma de estimular a economia é colocando dinheiro na mão do consumidor, que tem uma propensão marginal ao consumo maior.
No entanto, é fundamental que essa desoneração seja bancada por uma revisão drástica dos gastos públicos e pela redução do Custo Brasil, e não apenas pela transferência da conta para outro grupo. A calculadora mostra o benefício no seu bolso:
- Rendimento de R$ 5.000,00: O imposto, que antes beirava os R$ 375,00/mês, é zerado pelo novo mecanismo de redução. Seu imposto = R$ 0,00.
A crítica, no entanto, reside no fato de que o mecanismo escolhido (uma redução do imposto a pagar, e não a simples correção da tabela) perpetua a complexidade e mantém a estrutura de alíquotas marginais ineficientes para rendas acima do teto de R$ 7.000,00.
Ditado Popular: “Se a esmola é grande, o santo desconfia.” O alívio na base é bem-vindo, mas o seu custo fiscal e o método de compensação merecem desconfiança.
As Armadilhas da Compensação: O Preço do “Ajuste Social” 🛑
Para bancar a isenção popularmente aplaudida, o governo recorre a uma cartilha antiga: aumentar a tributação sobre a renda e o capital. Essa estratégia, vendida como “justiça social”, carrega riscos econômicos severos que podem impactar o crescimento de longo prazo.
1. A Bitributação do Investimento: O Imposto sobre Dividendos
A reintrodução da tributação de dividendos, com uma alíquota de 10% sobre valores que excedam R$ 50.000,00 por mês (da mesma fonte pagadora), é o ponto mais sensível para o setor produtivo.
O principal ponto de oposição a essa medida é que ela configura uma bitributação: o lucro da empresa já foi taxado pelo Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e pela Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Taxar o dividendo novamente é taxar duas vezes a mesma riqueza.
- Desestímulo ao Investimento: A medida penaliza o acúmulo de capital e desestimula o empresário a reinvestir no Brasil. O investidor tem menos incentivo para aportar capital em empresas nacionais, reduzindo a liquidez do mercado de ações e o crescimento das PMEs.
- Custo Brasil: A alíquota de 10% se soma à já elevada carga corporativa, elevando o chamado “Custo Brasil” e tornando nossas empresas menos competitivas no cenário global.
- Risco de Evasão: Como alertam especialistas (como o ex-Secretário da Receita Federal Everardo Maciel), a taxação de dividendos pode estimular o planejamento fiscal abusivo ou a fuga de estruturas jurídicas para o exterior (offshores), resultando em queda de arrecadação, e não em aumento.
Citação: “O governo não pode dar nada a ninguém sem primeiro tirar de outra pessoa.” – Adrian Rogers. O alívio de um lado está sendo pago pelo esforço e pela poupança do outro.
2. O IRPFM: Penalizando a Poupança e a Renda Isenta
A criação do Imposto de Renda Pessoa Física Mínimo (IRPFM) para rendimentos totais acima de R$ 600.000,00 anuais é a tentativa de garantir que ninguém “escape” do Leão, mesmo que viva de rendimentos legalmente isentos (como rendimentos de títulos incentivados ou lucros não tributáveis).
A Crítica Liberal ao IRPFM:
Esta medida é vista como um ataque direto ao direito de acumulação de riqueza e uma desvalorização dos incentivos fiscais concedidos por lei.
- Desincentivo à Poupança: O IRPFM penaliza o cidadão que poupou e investiu em instrumentos de longo prazo (alguns com isenção justificada para fomentar setores específicos da economia) e agora vê essa isenção ignorada no cálculo do imposto mínimo.
- Confisco de Renda: A progressividade na tributação do patrimônio e da renda é historicamente criticada pelo liberalismo clássico por reduzir o incentivo ao trabalho e prejudicar a poupança, o motor de qualquer sociedade capitalista desenvolvida. Taxar o rendimento total, sem diferenciar a fonte, é uma forma de anular políticas de incentivo e punir quem administra bem seu capital.
Conclusão: Planejamento é a Única Defesa 🛡️
A realidade é que o Projeto de Lei, politicamente popular em sua primeira parte, introduz complexidade e risco em sua etapa de compensação. A principal vitória liberal é a desoneração do assalariado. A grande derrota é a nova investida contra o capital.
O contribuinte de alta renda agora enfrenta um cenário onde deve calcular não apenas o seu IR progressivo, mas também a incidência dos 10% sobre dividendos e, por fim, o IRPFM, tendo que pagar o maior valor entre eles.
Não há tempo para ideologias; há tempo para a matemática.
O Seu Próximo Passo é Calcular!
Use nossa calculadora abaixo. Ela é a sua ferramenta para desvendar a carga tributária real que o novo Leão de 2026 está preparando.
- Renda Média ($5.000 a $7.000): Calcule o quanto você vai economizar. Use esse valor para investir e garantir que o seu futuro não dependa apenas de um governo benevolente.
- Renda Alta e Dividendos (Acima de R$ 50.000/mês): Calcule o novo custo. Leve esses números a seu contador para estruturar o recebimento de lucros de forma eficiente e legal, evitando a bitributação.
O planejamento fiscal não é sonegação; é inteligência financeira. Como disse o economista Ludwig von Mises: “A poupança é o motor da melhoria econômica.” Não permita que um aumento de impostos desnecessário, disfarçado de reforma, destrua sua capacidade de poupar e investir no seu próprio futuro.
Calculadora de Imposto de Renda
Compare o imposto devido antes e depois da nova lei proposta para 2026
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Resultados Comparativos
Tabelas de Referência
Tabela Progressiva Mensal – 2025 (Atual)
Faixa de Rendimento | Alíquota | Parcela a Deduzir |
---|---|---|
Até R$ 1.900,00 | Isento | – |
De R$ 1.900,01 até R$ 2.800,00 | 7,5% | R$ 142,80 |
De R$ 2.800,01 até R$ 3.600,00 | 15% | R$ 354,80 |
De R$ 3.600,01 até R$ 4.400,00 | 22,5% | R$ 636,13 |
Acima de R$ 4.400,00 | 27,5% | R$ 869,36 |
Redução Mensal – 2026 (Nova Lei)
Faixa de Rendimento | Redução do Imposto |
---|---|
Até R$ 5.000,00 | Até R$ 312,89 (imposto devido = zero) |
De R$ 5.000,01 até R$ 7.000,00 | R$ 1.095,11 – (0,156445 × rendimento tributável) |
Acima de R$ 7.000,00 | Sem redução |
Tabela Progressiva Anual – 2025 (Atual)
Faixa de Rendimento | Alíquota | Parcela a Deduzir |
---|---|---|
Até R$ 22.800,00 | Isento | – |
De R$ 22.800,01 até R$ 33.600,00 | 7,5% | R$ 1.713,60 |
De R$ 33.600,01 até R$ 43.200,00 | 15% | R$ 4.257,60 |
De R$ 43.200,01 até R$ 52.800,00 | 22,5% | R$ 7.633,56 |
Acima de R$ 52.800,00 | 27,5% | R$ 10.432,32 |
Redução Anual – 2026 (Nova Lei)
Faixa de Rendimento | Redução do Imposto |
---|---|
Até R$ 60.000,00 | Até R$ 2.694,15 (imposto devido = zero) |
De R$ 60.000,01 até R$ 84.000,00 | R$ 9.429,52 – (0,1122562 × rendimento tributável) |
Acima de R$ 84.000,00 | Sem redução |
Tributação de Altas Rendas – 2026 (Nova Lei)
Tributação de Dividendos
Condição | Alíquota |
---|---|
Dividendos pagos por mesma PJ para mesma PF acima de R$ 50.000/mês | 10% sobre o total |
Tributação Mínima Anual (IRPFM)
Faixa de Rendimento Total Anual | Alíquota |
---|---|
Até R$ 600.000,00 | 0% |
De R$ 600.000,01 até R$ 1.200.000,00 | Progressiva de 0% a 10% Fórmula: (Rendimento/60.000) – 10 |
Acima de R$ 1.200.000,00 | 10% |
- Beneficiados: Pessoas com renda até R$ 7.000/mês terão redução ou isenção
- Impactados: Quem recebe dividendos > R$ 50.000/mês e contribuintes com renda total > R$ 600.000/ano
- Transição: Medidas entram em vigor em 1º de janeiro de 2026
- Declaração: Primeira declaração sob novas regras em 2027 (ano-calendário 2026)
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