Olá! Seja bem-vinda ao nosso curso do Tesouro Direto para mulheres empoderadas! O objetivo do curso é possibilitar maior autonomia para o público feminino na gestão dos investimentos pessoais. Desejo um bom aprendizado e bons investimentos! O curso é ABSOLUTAMENTE GRATUITO, então, caso possa compartilhar com suas amigas, ficaremos gratos! (e você ajudará o site a não acabar).
Conhecendo o Tesouro Direto
Você acha que é possível investir o seu dinheiro e obter uma boa rentabilidade com o menor risco do mercado?
A RESPOSTA É SIM, é possível
O Tesouro Direto proporciona isso para o investidor e muito mais. Antes de começarmos o nosso curso, é importante termos em mente que o Tesouro Direto é o investimento com menor risco de crédito do mercado e que, ao mesmo tempo, fornece opções que possibilitam uma rentabilidade muito maior que outras aplicações mais tradicionais, como a poupança.
Observe o comparativo abaixo:
Tabela 1 – Rentabilidade líquida Acumulada (Tesouro Direito X Poupança)
Dias | Poupança | TD |
30 | 0,58% | 0,73% |
60 | 1,11% | 1,42% |
180 | 3,44% | 4,54% |
360 | 7,05% | 9,71% |
720 | 14,60% | 21,21% |
Risco de crédito é a possibilidade de perdas resultantes pelo não recebimento de valores contratados, investidos, junto a instituições financeiras em decorrência da incapacidade econômico-financeira destas mesmas instituições.
Dica!
Investir no Tesouro Direto é simples, e você não precisa de muito dinheiro para começar. Essa alternativa de aplicação permite investimentos a partir de R$ 30. E o melhor: você pode aplicar de qualquer lugar, pois as transações são feitas pela internet.
Durante este curso, vamos entender todas as vantagens do Tesouro Direto. Iremos conhecer as principais características do programa e as estratégias de investimento. O objetivo é que, ao final deste curso, você possa ter acesso a uma boa opção de investimento e, ao mesmo tempo, ampliar seus conhecimentos financeiros, de modo a melhorar seu desempenho em qualquer investimento que venha realizar no futuro
Este curso está basicamente dividido em três módulos:
1. Orçamento Pessoal
Quem pretende investir no Tesouro Direto (ou em qualquer outra aplicação financeira) deve, antes de tudo, ter um orçamento equilibrado, ou seja, gastar menos do que recebe. Assim, você pode guardar um pouco de dinheiro para investir e ganhar mais no futuro. Ter as contas pessoas equilibradas é uma condição desejável para tornar-se investidor do Tesouro Direto
Um bom investidor faz com que o tempo trabalhe ao seu favor, pois quanto mais tempo o dinheiro estiver investido, mais juros ele irá receber ao longo do período da sua aplicação. O pagamento de juros é como se fosse o aluguel do dinheiro no tempo. Se você gasta menos hoje e investe o seu dinheiro, irá receber o rendimento respectivo ao longo do tempo.
É nesse ponto que o Tesouro Direto auxilia as pessoas no planejamento do orçamento pessoal. Ao investir no Tesouro Direto, você reconhece o valor do seu dinheiro no tempo, e isso faz com que cada um de nós planeje melhor nossa vida financeira. Uma vida financeira equilibrada e a receita dos rendimentos de um bom investimento ajudam qualquer pessoa a organizar o seu orçamento ao longo do tempo e tornar a sua vida melhor.
2. O Tesouro Direto e o mercado de Renda Fixa
O Tesouro Direto é um investimento de Renda Fixa. Mas você sabe o que significa Renda Fixa?
Renda fixa é uma modalidade de investimentos em que o investidor conhece as condições de rentabilidade e o fluxo de pagamentos da obrigação do devedor no momento da aplicação.
Já um ativo de renda variável não possui uma regra predefinida de rentabilidade.
Por exemplo, o preço das ações de uma empresa varia diariamente, conforme as expectativas do mercado com relação à empresa, podendo subir ou cair de forma contínua, sem haver qualquer limite para esses movimentos. Em outras palavras, se a perspectiva de desempenho da empresa é de prejuízo no longo prazo, o preço de suas ações pode assumir uma trajetória de queda, sem qualquer garantia de que irá retornar ao patamar original em algum momento no futuro.
Na Renda Fixa, a sua regra de rendimento já é predeterminada e conhecida de antemão. Quando você investe em um ativo de Renda Fixa, a sua rentabilidade pode ser definida como uma taxa de juros flutuante do mercado, uma correção monetária pela inflação ou até mesmo uma taxa de juros fixa.
Embora a modalidade de investimentos do Tesouro Direto seja de renda fixa, os preços dos títulos variam no tempo de acordo com as taxas de juros praticadas no mercado. No entanto, ao se aproximar dos vencimentos dos títulos, a rentabilidade converge para a rentabilidade contratada. Devido a essas características dos ativos de renda fixa, este tipo de investimento é considerado mais conservador, ou seja, de menor risco, quando comparados aos ativos de renda variável.
Um exemplo de uma taxa flutuante de juros é a taxa Selic. Vamos entender melhor essa taxa ao longo desse curso.
A correção monetária pela inflação representa a atualização do valor investido por algum índice de inflação.
Um exemplo de uma rentabilidade relacionada a uma taxa de juros fixa é um rendimento fixo de 10% ao ano.
3. O que é o Tesouro Direto?
Em 07 de janeiro de 2002, o Tesouro Nacional, em conjunto com a BM&FBOVESPA (Bolsa de Valores), atualmente denominada de B3, criou o programa Tesouro Direto, que possibilita a aquisição de títulos públicos por qualquer pessoa física com CPF. O objetivo do programa é democratizar o acesso a uma das melhores opções de investimento em renda fixa.
Antes da sua criação, apenas as instituições financeiras tinham a possibilidade de investir nesses ativos ofertados diretamente pelo Tesouro Nacional, órgão responsável pela emissão e garantia dos títulos da dívida pública federal. A ideia era criar novas alternativas para o pequeno investidor, como um produto complementar que não passasse pela indústria de fundos de investimento.
Esse segmento era, até a criação do Tesouro Direto, praticamente o único canal de distribuição de títulos públicos ao público geral. No entanto, as taxas cobradas pela maioria das instituições eram relativamente elevadas para o pequeno investidor. Outro papel importante do Tesouro Direto é o estímulo ao investimento de médio e longo prazo, que tende a gerar maiores ganhos para o investidor.
Antes para receber uma rentabilidade próxima das dos títulos públicos, o investidor comum tinha que investir em um fundo que tivesse uma carteira majoritariamente formada por títulos públicos. A aplicação em fundos diminui a rentabilidade do investidor, dado que os bancos cobram taxas elevadas para oferecer esse tipo de rendimento. Um fundo majoritariamente formado por títulos públicos possivelmente proporcionará rentabilidade inferior à do Tesouro Direto, dadas as elevadas taxas de administração cobradas. Fundos de Investimento são uma forma de aplicação financeira que, normalmente, são ofertados por instituições financeiras como uma oportunidade de investimento.
4. O que são Títulos Públicos?
Se o governo gasta mais do que arrecada, ele forma uma dívida (pública) ao tomar emprestado da sociedade. Ele faz isso vendendo títulos públicos e devolvendo aos que lhe emprestam o mesmo montante acrescido de juros numa data futura. Estes títulos geralmente são comprados por bancos, fundos de investimento, investidores estrangeiros etc. Mas, considerando alguns limites, por que faz sentido o governo se endividar?
Assim como o bom uso do crédito por um cidadão facilita o alcance de grandes conquistas (a compra de sua casa própria, por exemplo), o endividamento público, se bem administrado, permite ampliar o bem-estar da sociedade e o bom funcionamento da economia.
Imagine, por exemplo, que o governo pretenda construir uma ponte com um custo de aproximadamente R$ 10 bilhões. Uma forma de financiar a construção dessa ponte seria com o aumento dos impostos, o que significa que a geração atual arcaria com os custos de construção. No entanto, a ponte também poderá ser utilizada pelas
gerações futuras.
Sabendo disso, você acha razoável que apenas a geração atual arque com os custos da construção, sabendo que as gerações futuras também usufruirão dessa ponte?
Se sua resposta é não, uma alternativa para que o custo de construção da onte não recaia apenas sobre a geração atual seria o governo se endividar para pagar o custo da ponte ao longo de um período mais longo, no qual os custos recairiam sobre várias gerações das pessoas beneficiadas pela construção.
A forma mais comum do governo distribuir esses custos ao longo do tempo é por meio da venda de títulos públicos no mercado. O governo vende o título público e recebe o recurso da venda (no nosso exemplo, ele construiria a ponte com esse recurso).
Ao mesmo tempo, promete uma remuneração futura que renda uma determinada taxa de juros para o investidor. O Tesouro Direto oferece títulos públicos, ou seja, investimentos em renda fixa em que a remuneração e o fluxo de pagamentos pelo governo são pré-estabelecidos.
Saiba Mais!
Quando se fala em financiamento do governo por meio de vendas de títulos para a pessoa física, essa prática remete a um passado distante e curioso. Registros datam do século XVII na França, em que o governo francês lançou mão dessa modalidade para financiar a Guerra dos Trinta Anos. No século seguinte, o governo do Reino Unido financiou-se por intermédio de pequenos investidores privados com instrumentos que sobrevivem até hoje (WORLD BANK, 2006). Na Suécia, o Estado emitiu títulos especiais para construir navios de batalha. Os motivos variam assim como os países, mas há razões importantes que justificam o interesse sobre o mercado de títulos públicos para pessoa física.
Em resumo, podemos dizer que, ao comprar um título público do Tesouro Direto, você empresta dinheiro para o governo brasileiro em troca do direito de receber no futuro uma remuneração por este empréstimo, ou seja, você receberá o que emprestou e mais os juros sobre esse empréstimo. Dessa maneira, com o Tesouro Direto, você não somente se beneficia de uma alternativa de aplicação financeira segura e rentável, como também ajuda a financiar a dívida do país e a promover seus investimentos em saúde, educação, infraestrutura, entre outras áreas indispensáveis ao desenvolvimento do Brasil.
Título Publico é um instrumento pelo qual o governo toma um empréstimo do investidor (sociedade) e paga no futuro (no vencimento do título) o valor acrescido de juros.
4.1 Título público e o mecanismo de rentabilidade
Para entender melhor o que é um título público e o mecanismo de rentabilidade, vamos acompanhar o exemplo abaixo:
O governo, diante da necessidade de financiamento (para a construção de uma rodovia, um hospital ou uma ponte, por exemplo), vende um título prefixado para um investidor. Para facilitar o entendimento, vamos chamar esse investidor de João.
As condições estabelecidas pelo governo na venda desse título garantem o pagamento de R$ 1.000,00 após 12 meses, por cada título comprado. Suponha que João tenha comprado apenas um título. Seria interessante que ele pagasse hoje, na compra do título, os mesmos R$ 1.000,00 que o governo promete pagar daqui a 12 meses?
Já vimos que os juros são o aluguel do dinheiro no tempo, ou seja, as pessoas não aceitam emprestar R$ 1.000,00 hoje, na compra do título, e receber os mesmos R$ 1.000,00 depois de 12 meses. Certamente, João não concordaria com isso, não é verdade?
Se o governo promete pagar R$ 1.000,00, depois de 12 meses, o João deve pagar um valor menor na compra do título para garantir uma rentabilidade. O que vai determinar esse valor menor é justamente a taxa de juros prometida na data da compra do título, isto é, a Taxa de Juros Contratada ou a Rentabilidade Contratada.
Quando João compra um título prefixado do governo, ele já sabe que no final do período, no nosso exemplo 12 meses, ele irá receber R$ 1.000,00 e que o rendimento será, por exemplo, de 10% ao ano (taxa de juros contratada), uma vez que o valor final do título prefixado (valor de face) e a rentabilidade estão definidos no momento da compra. Assim, o valor do título, no nosso exemplo, é determinado, no momento da compra, da seguinte forma:
Ou seja, um título com o valor de R$ 909,09 e com rendimento de 10% ao ano, após 12 meses, terá o seu valor igual a R$ 1.000,00 (justamente o valor prometido a ser pago pelo governo depois de 12 meses). Embora nesse nosso exemplo algumas características tenham sido simplificadas, o título comprado pelo João é muito semelhante ao Tesouro Prefixado (LTN) ofertado pelo Tesouro Direto. Mais à frente, iremos entender melhor esse e outros títulos.
Aqui podemos verificar facilmente porque a mudança da taxa de juros contratada altera o valor do título. Observe que se a taxa contratada aumenta, o preço do título diminui. Por outro lado, se a taxa contratada do título diminui, o preço aumenta. Essa é lógica do preço de mercado que estudaremos mais adiante nesse curso.
Isso acontece porque o valor do título no vencimento, no nosso exemplo, é sempre o mesmo, R$ 1.000,00, ou seja, se a taxa de juros aumenta, o investidor terá que pagar um preço menor para garantir uma maior rentabilidade no momento da compra.
Algumas definições, no nosso exemplo acima, possuem conceitos que são mais comuns de serem utilizados no mercado de títulos públicos. Os 12 meses significam o prazo para o vencimento do título do João, e a taxa de 10% ao ano representa a taxa contratada na compra do título prefixado. Voltaremos a esses conceitos mais à frente.
Fique Ligada!
Cabe ressaltar que os títulos públicos são negociados apenas escrituralmente, isto é, não existe um documento físico que representa o título. Você terá a garantia da aplicação por meio do número de protocolo gerado a cada operação, e o título adquirido ficará registrado no seu CPF, podendo ser consultado a qualquer tempo por meio do seu extrato no site do Tesouro Direto ou na instituição financeira por meio da qual os títulos foram adquiridos.
5 Vantagens do programa Tesouro Direto
Agora que sabemos o que é um título público, vamos entender as vantagens que diferenciam o Programa Tesouro Direto dos outros produtos do mercado.
5.1 Segurança
É a única opção de investimento do mercado que é 100% garantida pelo Tesouro Nacional, independentemente do valor aplicado. Por isso, são considerados os ativos de menor risco de crédito da economia
.
Se você compra um título no Tesouro Direto, esse título ficará registrado no número do seu CPF após a concretização da operação. Não importa o que aconteça com o seu banco ou corretora, esse título sempre está registrado no seu CPF. Isso significa que, se sua instituição financeira tiver algum problema, você não precisa se preocupar, pois nesses casos você só precisa escolher outra instituição para transferir seus títulos.
Risco de crédito é a possibilidade de perdas resultantes pelo não recebimento de valores contratados, investidos, em decorrência da incapacidade econômico-financeira do devedor. Justamente por isso, os títulos não precisam ser segurados pelo FGC- Fundo Garantidor de Crédito.
5.2 Flexibilidade
Ao investir no Tesouro Direto, você tem a possibilidade de montar uma carteira personalizada, de acordo com os seus objetivos. Como veremos, existe uma variedade de títulos públicos que possuem características diversificadas, por exemplo, diferentes datas de vencimento, diferentes rentabilidades e formas de fluxos de pagamentos. Isso tudo possibilita uma grande flexibilidade para o investidor na hora de escolher a opção que melhor combina com seu objetivo.
5.3 Custo baixo
No Tesouro Direto, o investidor tem como custo apenas duas taxas, a taxa de custódia cobrada pela BMF&BOVESPA (0,3% ao ano) e a taxa da instituição financeira (que pode variar de 0% a 2% ao ano, em média). Essas taxas não dependem do volume aplicado e do período de aplicação dos recursos. Por outro lado, os fundos de investimento cobram taxas que dependem da política de cada banco, e geralmente essas são menores quanto maiores forem os volumes aplicados e o período de aplicação. Desse modo, dificilmente as taxas cobradas pelos fundos de investimento são mais baixas do que as do Tesouro Direto.
Por exemplo, num banco de varejo, para que o investidor pague 0,5% de taxa de administração, costuma-se exigir um investimento mínimo de R$ 500 mil. Já no Tesouro Direto, você consegue essa taxa, aplicando apenas R$ 30.
5.4 Comodidade
No Tesouro Direto, você pode realizar compras diariamente, inclusive nos finais de semana e feriados. Todas as operações podem ser realizadas pela internet, no endereço eletrônico do Tesouro Direto ou pelo site da sua corretora/banco. O limite mínimo de compra é de R$ 30,00, e o máximo, de R$ 1.000.000,00 por mês. O Tesouro Direto possibilita a recompra dos títulos dos investidores diariamente para aqueles investidores que vendem o título antes do vencimento. Contudo, essa recompra é realizada ao valor de mercado, de acordo com as taxas vigentes na data. Qualquer pessoa física com CPF e conta em uma instituição financeira habilitada pode tornar-se um investidor do Tesouro Direto. Outra comodidade que o Tesouro Direto oferece é a possibilidade do agendamento de compras, vendas e reinvestimentos dos recursos recebidos. Com isso, você pode planejar melhor a sua vida financeira.
5.5 Cobrança do Imposto de Renda Regressivo
Os títulos públicos ofertados no Tesouro Direto estão sujeitos aos mesmos tributos dos investimentos em fundos de renda fixa, ou seja, IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o lucro de aplicações que incidem sobre resgates realizados antes de 30 dias (alíquota regressiva que varia entre 96% para resgate no 1º dia, após a aplicação, e 3% no dia 29º dia; para aplicações com prazo superior a 30 dias, o IOF não é cobrado) e IR (Imposto de Renda) também sobre o lucro da aplicação e com alíquotas regressivas:
22,5% sobre os rendimentos recebidos até 180 dias;
20% sobre os rendimentos recebidos entre 181 a 360 dias;
17,5% sobre os rendimentos recebidos entre 361 a 720 dias;
15% para rendimentos recebidos após 720 dias.
No Tesouro Direto não existe a figura do “come-cotas”, como nos fundos de investimento. O Imposto de Renda só é cobrado no vencimento do título, no recebimento de juros semestrais (cupons) ou em caso de venda antecipada. Isso resulta em uma maior rentabilidade líquida, se comparado aos fundos de investimentos, que recolhem os impostos a cada seis meses. De fato, no Tesouro Direto, o seu dinheiro trabalha mais tempo para você antes que o imposto seja recolhido.
Outra vantagem do Tesouro Direto sobre os Fundos de Investimento é o fato de que, nesse último, há a ocorrência do famoso “come cotas”, que é um provisionamento do Imposto de Renda sobre o rendimento da aplicação, fetivamente cobrado semestralmente (último dia de maio e novembro). Tal antecipação prejudica a rentabilidade final do investimento, pois reduz o montante sobre o qual incidirão os juros. No longo prazo, a diferença de rentabilidade do TD frente à do fundo pode ser significativa. Nas próximas seções, iremos definir esse conceito mais detalhadamente. Antecipadamente podemos dizer que os juros semestrais (cupom) são uma antecipação da sua rentabilidade, ou seja, títulos que pagam cupons oferecem um fluxo de rentabilidade durante o investimento e não apenas um pagamento no vencimento.
Os dias para efeito de incidência de imposto de renda são contados a partir da data da compra. Portanto, sobre os juros semestrais (cupons) dos títulos que possuem esse tipo de pagamento, serão aplicadas as alíquotas do Imposto de Renda previstas, com o prazo contado a partir da data de início da aplicação.
Veja o quadro abaixo que mostra as alíquotas de IR incidentes sobre os pagamentos dos juros semestrais (cupons). As definições dos títulos mencionados acima serão fornecidas na próxima seção, assim como uma explicação mais detalhada do que são os cupons, ou juros semestrais.
Figura 2 – Alicotas do Imposto de Renda
Nos próximos módulos deste curso, demonstraremos o cálculo do Imposto de Renda e das taxas cobradas para encontrarmos a rentabilidade líquida.
5.6 Liquidez
O Tesouro Nacional garante a recompra dos títulos, antes da data de vencimento, diariamente. Essa recompra, no entanto, é realizada ao valor de mercado. Para entendermos o valor de mercado de cada título, podemos voltar ao nosso exemplo inicial, no qual João adquiriu um título prefixado do governo que prometia uma taxa de 10% ao ano e com vencimento de um ano.
Nesse exemplo, João tinha pago pelo título R$ 909,09. Considere agora que dois dias após a compra a taxa de juros de mercado desse título tenha diminuído para 5% ao ano. O título que João comprou por R$ 909,09 está valendo o mesmo preço? Lembrese que no vencimento o valor do título sempre será de R$ 1.000,00, independente da variação da taxa de juros do mercado. Logo, o preço do título do João não pode ser o mesmo, uma vez que o valor de R$ 909,09 garantia um rendimento de 10% ao ano, mas agora a taxa é de 5%. Assim, o valor do título deve aumentar para que no vencimento, ao receber o valor de R$ 1.000,00, o seu rendimento seja de 5%. Lembrese da relação inversa entre a taxa de juros e o preço do título. Podemos ver isso também pela fórmula simplificada de precificação do título abaixo:
É também importante observar que João terá garantido o seu rendimento de 10%, caso ele carregue o seu título até o vencimento. Somente no caso de venda antecipada para o Tesouro Direto, antes do vencimento, é que João receberá pelo seu título o valor de mercado. No nosso exemplo, esse valor é de R$ 952,38. No entanto, o valor também poderia ser menor que o valor pago por João (R$ 910,00), se a taxa de juros do mercado do título tivesse aumentado para 15%, pois nesse caso o valor do título seria de R$ 869,56.
Note, nas três figuras a seguir, que essa variação é facilmente observada:
Observe que o valor de mercado do título diminui devido ao aumento da taxa de juros e o mesmo aumenta, se a taxa de juros diminui. Uma das grandes vantagens do Tesouro Direto é justamente essa opção de poder vender o título de forma antecipada, tendo um rendimento maior, caso a taxa de juros de mercado diminua, e, caso contrário, se a taxa de juros de mercado aumentar, você pode carregar o título até o vencimento e garantir a rentabilidade que o agradou na compra. Em outras palavras, ou você ganha mais do que esperava ou recebe a taxa contratada no vencimento.
Agora que entendemos o que são títulos públicos e suas vantagens como investimento, já podemos conhecer os títulos públicos ofertados pelo Tesouro Direto. Antes disso, rapidamente, vamos aprender alguns conceitos importantes para o melhor entendimento das opções de investimentos.
Esses conceitos ajudarão a entender o panorama econômico no qual o investidor realizará as suas escolhas. Eles auxiliarão você na interpretação dos acontecimentos econômicos e, sobretudo, no estabelecimento de referências futuras para as decisões no presente. Consistem, essencialmente, num processo de interpretação de fatos de natureza econômica e suas possíveis consequências. Os conceitos mais comuns são:
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA: índice oficial de inflação do Brasil, tem por objetivo medir a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços comercializados na economia. Em outras palavras, se o IPCA foi de 5% no ano, isso significa que o poder de compra de R$ 100,00 no início do ano só é mantido no final do ano com R$ 105,00, ou seja, os mesmos produtos comprados no início do ano com R$ 100,00 só serão comprados no
final do ano com R$ 105,00, dado que tivemos uma inflação de 5% no período.
Taxa de Juros Selic: é a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no sistema Selic do Banco Central do Brasil, praticada nas operações compromissadas de um dia, tendo como lastro títulos públicos federais. O Comitê de Política Monetária (Copom), instituído pelo Banco Central do Brasil, decide a meta Selic que deve vigorar no período entre suas reuniões. Complicou? Vamos melhorar esse entendimento. De forma simplificada, a taxa Selic é uma taxa de juros nominal determinada pelo Copom, que tem como objetivo influenciar as taxas de juros do mercado. Com essa taxa, o Banco Central pode aumentar ou diminuir a taxa de juros do mercado.
Operações compromissadas significam a venda de títulos públicos pelo Banco Central, com o compromisso de recompra numa data futura. O Banco Central realiza essas operações, com o objetivo de influenciar a taxa de juros do mercado.
As projeções do mercado com relação ao IPCA e à Selic podem ser encontradas no relatório Focus disponível no seguinte endereço eletrônico: http://www.bcb.gov.br/?FOCUSRELMERC.
Entendendo esses conceitos, podemos agora conhecer os títulos do Tesouro Direto mais facilmente.
6 Títulos ofertados pelo Tesouro Direto
Outra grande vantagem de investir no Tesouro Direto é a possibilidade de você escolher, dentro de uma variedade de títulos, aquele que mais se adapta às suas necessidades para alcançar os seus sonhos e planos futuros. Assim como outros rendimentos de renda fixa, o Tesouro Direto possui títulos prefixados – Tesouro Prefixado (LTN) e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) –, e pós-fixados – Tesouro Selic (LFT), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) e Tesouro IPCA+ (NTN-B PRINCIPAL).
Os nomes dos títulos ajudam a compreender a regra de rentabilidade de cada um. Vamos agora entender melhor cada um desses títulos.
6.1 Títulos Prefixados
O Tesouro Direto oferta dois tipos de títulos prefixados, o Tesouro Prefixado (LTN) e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F). As abreviações LTN e NTN-F representam o verdadeiro nome do título no mercado financeiro. LTN significa Letras do Tesouro Nacional e NTN-F significa Notas do Tesouro Nacional Série F.
Foram criados os apelidos Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais para facilitar o entendimento da regra de rentabilidade dos títulos e torná-los mais fáceis de serem reconhecidos.
Uma das principais características dos títulos prefixados é que você sabe exatamente a rentabilidade que irá receber se mantiver o título até a data de vencimento. Para cada unidade de título, o valor bruto a ser recebido no vencimento é de R$1.000,00. Você se lembra do título comprado por João? O Tesouro Prefixado (LTN) é muito parecido com aquele título.
Por terem rentabilidade predefinida, os títulos prefixados possuem rendimento nominal. Isso significa que é necessário descontar a inflação para obter o rendimento real da aplicação. Os títulos disponíveis nessa modalidade são explicados na sequência.
6.1.1 Tesouro Prefixado (LTN)
O Tesouro Prefixado (LTN), como o próprio nome indica, é um título prefixado, o que significa que possui rentabilidade definida no momento da compra. Ao comprar esse título, você faz a aplicação (compra o título) e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade contratada), na sua data de vencimento. Possui fluxo de pagamento simples, isto é, você receberá o valor investido acrescido da rentabilidade na data de vencimento ou no resgate do título. Em outras palavras, o pagamento ocorre de uma só vez, no final da aplicação. Sendo assim, é mais interessante para quem pode esperar receber o seu dinheiro até o final do período do investimento, ou seja, é indicado para quem não necessita complementar sua renda desde já.
Rendimento real representa o ganho acima da inflação, ou seja, o investidor deve subtrair do rendimento nominal a inflação do período para saber o seu ganho acima da inflação. No módulo 3 desse curso, esses conceitos serão retomados e aprofundados.
Se o investidor permanecer com os títulos até a data de vencimento, ele receberá o valor correspondente à rentabilidade pactuada no momento da compra, independentemente da variação do preço do título, ao longo da aplicação. No nosso exemplo anterior, se João permanecesse com o título até o vencimento (12 meses após a compra), ele receberia exatamente a taxa contratada de 10% ao ano, independentemente de qualquer variação no mercado. Nessa situação, o investidor só fica sujeito a variações de mercado se vender o título antes do vencimento.
O que significa o “valor de face”
O valor no vencimento de uma LTN sempre será de R$ 1.000,00, mas assim como no exemplo do título do João, o valor na compra será menor que R$ 1.000,00. A diferença entre o valor de compra e o valor no vencimento, R$ 1.000,00, será a rentabilidade bruta do investimento. O valor de face é a soma da rentabilidade durante o investimento
somado ao valor de compra do título. Se você compra uma LTN, o valor de face será igual a R$ 1.000,00.
Não se confunda. O investidor só recebe R$ 1.000,00 no vencimento de uma LTN se ele comprar uma unidade do título. No entanto, no Tesouro Direto é possível comprar até 1% de um título, ou seja, o investidor pode comprar 0,01 título; 0,02 título; 0,03 título e assim por diante, desde que respeitado o valor mínimo de R$ 30,00. Sendo assim, se você compra 51% de um título, no vencimento receberá 51% de R$ 1.000,00 = R$ 510,00.
Ao comprar uma LTN, o investidor já é capaz de saber qual será o valor que irá receber no vencimento do título. A taxa contratada na compra (João contratou uma taxa de 10% ao ano) será a rentabilidade dos recursos investidos até o vencimento.
E se eu precisar do dinheiro antes do vencimento do título?
Você, nesse momento, deve estar se perguntando: mas e se eu precisar do dinheiro antes do vencimento do título, eu posso vendê-lo?
A resposta é sim. Você se lembra da “Liquidez Diária” apresentada anteriormente? No entanto, o Tesouro Direto fará a recompra desse título ao preço de mercado, e isso não garante a mesma rentabilidade contratada na data da compra. De fato, você pode receber uma rentabilidade maior do que contratou ou menor, dependendo das condições do dia. Lembre-se que o preço do título tem uma relação inversa com a sua taxa de juros vigente. Vimos que se a taxa aumenta em relação à contratada, o preço diminui e vice-versa.
Em suma, se você carregar o título até o vencimento, a rentabilidade será exatamente aquela que você contratou. Caso venda antes daquela data, receberá a rentabilidade do período em que ficar com o título. Nós fazemos essa conta para sua comodidade, uma vez que essa rentabilidade pode ser conferida a qualquer momento no extrato do Tesouro Direto ao longo da aplicação.
Neste curso, iremos aprender a calcular o preço do título e a rentabilidade de uma venda antecipada do Tesouro Prefixado.
6.1.2 Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)
O Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F), como o próprio nome indica, possui rentabilidade definida no momento da compra e, além disso, de seis em seis meses realiza pagamentos de juros. Diferentemente do Tesouro Prefixado (LTN), você recebe parte dos rendimentos ao longo do período de investimento, por meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título, quando acontecerá o resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade), você também receberá o pagamento do último cupom de juros.
Saiba Mais!
Os juros semestrais (cupom) são a remuneração (ou parte da remuneração) de um título que é paga periodicamente. Por exemplo, quando você compra uma NTN-F, parte do seu rendimento será pago semestralmente. No caso da NTN-F, o rendimento semestral é de aproximadamente 4,88%, ou seja, você recebe 4,88% do valor de face no dia 1º de janeiro e no dia 1º de junho. Vamos exemplificar para entendermos melhor como funciona o pagamento do cupom. Imagine que o valor que você quer investir no Tesouro Direto seja utilizado para comprar um imóvel, com o objetivo de receber um aluguel mensal. O pagamento do cupom funciona de forma semelhante ao recebimento do aluguel, só que, no Tesouro Direto, em vez de comprar um imóvel, você estará comprando um título público, no qual parte do seu rendimento será pago semestralmente e não mensalmente como um aluguel. Da mesma forma que no final do investimento no imóvel você pode vendê-lo, na compra do título público você também receberá o valor do seu título no vencimento. A diferença básica é que no vencimento do título, diante do nosso exemplo, você tem a obrigação de vender “o imóvel”, ou seja, você recebe o valor investido no título e os rendimentos devidos. No entanto, isso não é uma desvantagem, se considerarmos a possibilidade da compra de outro título público no vencimento.
Quando você compra uma NTN-F, o fluxo de pagamento dos juros semestrais (cupom) será de aproximadamente 10% ao ano ou 4,88% no semestre, já que o pagamento é semestral. Veremos no terceiro módulo deste curso que essa rentabilidade sobre o valor investido pode variar dependendo da taxa contratada no momento da compra do título. No entanto, neste momento, não se preocupe, pois o importante é sabermos que o cupom da NTN-F é de 10% a.a. sobre o valor de face. Assim como os outros títulos do Tesouro Direto, você pode vender o título antes do vencimento. Contudo, essa venda sempre será ao preço de mercado. Neste curso, iremos aprender a calcular a rentabilidade de uma venda antecipada da NTN-F e o valor do pagamento de cada cupom semestral. Antes de continuarmos, é importante que você, agora que conhece os dois títulos prefixados ofertados pelo Tesouro Direto (LTN e NTN-F), saiba identificar as vantagens desses títulos.
6.1.3 Características dos títulos prefixados LTN e NTN-F
Quando você adquire títulos prefixados e permanece com eles até o vencimento, você sabe exatamente quanto receberá no futuro. Por exemplo, se você compra uma LTN (assim como João) e quer saber o valor que você receberá no vencimento, basta aplicar a taxa de juros contratada no montante do valor aplicado até o período de vencimento. Esses títulos possuem uma maior disponibilidade de vencimentos no curto prazo;
Títulos que pagam juros semestrais (cupom) não são adequados para investimentos com o objetivo de reinvestir o pagamento desses cupons, uma vez que no pagamento de cada cupom o investidor paga impostos. Se o investidor não estiver interessado no fluxo de pagamento de juros semestrais (cupons) para gastos, ele deve adquirir um título sem o pagamento de cupons, visto que durante o investimento, o investidor não terá os custos tributários que incidem sobre tais fluxos periódicos. No módulo 2 deste curso, iremos entender melhor essa estratégia, por isso, não se preocupe.
Os títulos prefixados, por possuírem uma taxa de rentabilidade predefinida, estão sujeitos aos efeitos negativos da inflação. Se João compra um título prefixado (LTN), com uma taxa contratada de 10%, e a inflação no ano é de 5%, a rentabilidade real será de 5% (10% – 5%). Desta forma, quem compra um título prefixado está sujeito ao risco de inflação. Como esse perfil de título (prefixado) representa um risco maior para o investidor, ele também promete uma taxa de juros mais alta
Os títulos prefixados, por possuírem uma taxa de rentabilidade predefinida, estão sujeitos aos efeitos negativos da inflação.
6.2 Títulos Pós-fixados
O Tesouro Direto oferta três tipos de títulos pós-fixados, o Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) e o Tesouro Selic (LFT).
As abreviações NTN-B Principal, NTN-B e LFT representam o verdadeiro nome do título. NTN-B Principal significa Notas do Tesouro Nacional Série B Principal, NTN-B significa Notas do Tesouro Nacional Série B, e LFT significa Letras Financeiras do Tesouro. Criamos os apelidos Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais e Tesouro Selic para facilitar o entendimento da regra de rentabilidade dos títulos e torná-los mais fáceis de serem reconhecidos
Uma das principais características dos títulos pós-fixados é que esses títulos possuem a sua rentabilidade relacionada a um indexador que varia ao longo do tempo, ou seja, não é totalmente predefinido como nos títulos prefixados. Assim, a rentabilidade da aplicação é composta pela variação de um indexador (IPCA ou Selic) e mais uma taxa de juros prefixada. Essa característica de ter um indexador que varia conforme a variação da inflação (IPCA) ou da taxa de juros básica da economia (Selic) diminui o risco desses títulos, visto que o investidor fica protegido da inflação ou da variação da taxa de juros.
6.2.1 Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)
O Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), como o próprio nome indica, é um título que possui uma rentabilidade relacionada à variação da inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), MAIS os juros definidos no momento da compra. Ou seja, podemos dizer que a NTN-B PRINCIPAL garante ao investidor a correção do seu investimento pela inflação (você se protege da inflação) e mais um ganho relacionado a uma taxa de juros contratada na compra do título. Desse modo, independente da variação da inflação, a rentabilidade total do título sempre será conhecida e superior a elas se mantido até o vencimento.
Dica
O título permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA13 ao longo do investimento. Se você deseja fazer poupança de médio/longo prazos, inclusive para aposentadoria, compra de casa própria e outros investimentos, esse título é um dos mais indicados, já que ele protege o seu investimento da inflação se mantido até o vencimento.
O Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) possui fluxo de pagamento simples, isto é, você receberá o valor investido acrescido da rentabilidade na data de vencimento ou resgate do título. Em outras palavras, o pagamento ocorre de uma só vez, no final da aplicação. Sendo assim, é mais interessante para quem pode esperar para receber o seu dinheiro até o vencimento do título (ou seja, quem não necessita complementar sua renda desde já).
O IPCA, medido mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi criado com o objetivo de oferecer a variação dos preços no comércio para o público final. O IPCA é considerado o índice oficial de mensuração da inflação do país.
Assim como os outros títulos do Tesouro Direto, você pode vender o título antes do vencimento. Contudo, essa venda sempre será ao preço de mercado. Neste curso, iremos aprender a calcular a rentabilidade de uma venda antecipada da NTN-B Principal e o seu valor de mercado.
6.2.2 Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B)
O Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) é um título semelhante ao Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), já que também possui um rendimento vinculado à variação do IPCA e MAIS um ganho relacionado à taxa contratada no momento da compra do título, ou seja, ambos os títulos garantem um rendimento acima da inflação. A diferença entre os dois títulos está no pagamento do cupom, uma vez que a NTN-B realiza pagamentos semestrais de cupom e a NTN-B Principal não. O pagamento do cupom é muito semelhante ao da NTN-F. Contudo, o rendimento semestral é a correção da inflação mais aproximadamente 2,95% por semestre, e as datas de pagamento desses cupons dependerão da data de vencimento do título.
Quando você compra uma NTN-B o fluxo de pagamento de cupom será de aproximadamente 6% ao ano, ou 2,95% no semestre (sempre corrigido pela inflação), já que o pagamento é semestral. Veremos no terceiro módulo deste curso que essa rentabilidade sobre o valor investido pode variar dependendo da taxa contratada no momento da compra do título. No entanto, neste momento, não se preocupe, pois o importante é sabermos que o cupom da NTN-B é de 6% a.a., sempre corrigido pela inflação. Durante este curso, também iremos aprender a calcular o valor da rentabilidade de
uma venda antecipada de uma NTN-B e o seu valor de mercado.
6.2.3 Características da NTN-B e NTN-B PRINCIPAL:
- Você tem rentabilidade real, ou seja, você se protege da inflação. Isso diminui o seu risco no investimento;
- Indicado para o investidor que espera alta da inflação (IPCA);
- Esses títulos possuem maior disponibilidade de vencimentos no longo prazo. Dada essa característica, é indicado para quem deseja poupar para a aposentadoria, compra de casa e estudo dos filhos, dentre outros objetivos de longo prazo;
- Uma das possibilidades de investimento no mercado de renda fixa que garantem um rendimento acima da inflação e por períodosmuito longos.
Títulos que pagam juros semestrais (cupom) não são adequados para investimentos com o objetivo de reinvestir o pagamento desses cupons, uma vez que, no pagamento de cada cupom, o investidor paga impostos e taxas. Se o investidor não estiver interessado no fluxo de pagamento de cupons para gastos, ele deve adquirir um título sem o pagamento de cupons, visto que durante o investimento, o investidor não terá os custos tributários que incidem sobre o pagamento de cupons. Neste caso, para quem quer se proteger da inflação, o título ideal seria a NTN-B Principal, que não paga cupons.
6.2.4 Tesouro Selic (LFT)
O Tesouro Selic (LFT), como o próprio nome indica, é um título que possui uma rentabilidade relacionada à variação da taxa Selic14, a taxa de juros básica da economia. Sua remuneração é dada pela variação da taxa Selic diária registrada entre a data da compra e a data de vencimento do título.
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Esta taxa básica é utilizada como referência para o cálculo das demais taxas de juros cobradas pelo mercado e para definição da política monetária praticada pelo Banco Central do Brasil. A taxa é definida pelo Comitê de Política Monetária que se reúne a cada 45 dias (veja mais aqui). No Módulo 3, iremos observar que pode existir um ágio ou deságio sobre a taxa Selic, o que também irá impactar a sua rentabilidade.
Uma forma fácil de entendermos a LFT é supormos que a taxa Selic, determinada pelo Comitê de Política Monetária, permaneça estável no valor de 10% ao ano durante o período do seu investimento. Nessa situação, se você investe R$ 1.000,00 na compra de uma LFT no início do ano, no final do mesmo ano o seu investimento terá um valor de R$ 1.100,00. Embora no nosso exemplo a taxa Selic tenha sido constante (10% ao ano), essa taxa pode variar para mais ou para menos, de acordo com a política adotada pelo Banco Central. O rendimento sobre o valor investido sempre acompanhará a taxa Selic, ou seja, se no primeiro ano a taxa ficou constante em 10% ao ano, mas no segundo ano ela subiu para 11% ao ano e permaneceu constante, o seu rendimento será de 10% no primeiro ano, e 11% no segundo ano.
Observe que o seu rendimento tem uma relação direta com a taxa Selic. Se essa taxa aumenta, o seu rendimento aumenta, mas se ela diminui, o seu rendimento diminui. Nos outros títulos ofertados pelo Tesouro Direto, a taxa de juros é determinada na compra do título e permanece a mesma até o vencimento. Logo, o investidor que adquire uma LFT não está sujeito aos riscos relacionados às variações das taxas de juros do mercado, já que o seu rendimento acompanha essas variações.
Esse título é o mais indicado para o investidor que procura um investimento de curto prazo e seguro, uma vez que o seu valor de mercado apresenta pouca variação, o que significa que você pode vendê-lo antes do vencimento sem risco de perda. O fluxo de pagamento desse título é simples, isto é, não faz o pagamento de juros semestrais. Sendo assim, ele é mais interessante para quem pode esperar para receber o seu dinheiro até o final do período da aplicação (ou seja, quem não necessita complementar sua renda desde já).
Durante este curso, também iremos aprender a calcular o valor da rentabilidade de uma venda antecipada de uma LFT e o seu valor de mercado.
Características do Tesouro Selic (LFT)
- Possui o menor risco entre todos os títulos ofertados no TD. É indicado para investidores com perfil mais conservador;
- O valor de mercado desse título apresenta baixa volatilidade, minimizando a probabilidade de perdas no caso de venda antecipada. É indicado também para o investidor que não sabe exatamente quando precisará resgatar seu investimento;
- Se você já investe no mercado de CDI, a LFT pode ser uma alternativa com melhor rendimento, já que, no caso dos fundos, os bancos oferecem um rendimento atrativo apenas para investidores que aplicam um grande volume de recursos por um período mais longo. Comprando LFT, você consegue um bom investimento independente do período e do volume de recursos.
Na continuação do Módulo 1 você aprenderá como investir no Tesouro Direto. Acompanhe!
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