Ativos para proteção contra a inflação

Um real hoje não comprará o mesmo valor de mercadorias em dez anos. Isso se deve à inflação . A inflação mede o nível médio de preços de uma cesta de bens e serviços em uma economia. Assim, a inflação refere-se aos aumentos de preços durante um período de tempo especificado. Como resultado da inflação, uma determinada quantidade de moeda poderá comprar menos do que antes. Portanto, é importante encontrar as estratégias e os investimentos certos para se proteger contra a inflação.

O nível de inflação em uma economia muda dependendo dos eventos atuais. O aumento dos salários e o rápido aumento das matérias-primas, como o petróleo, são dois fatores que contribuem para a elevação da inflação.

A inflação é causada por um aumento no preço de bens ou serviços. Esse aumento pode ser impulsionado pela  oferta e demanda . Um aumento na demanda pode elevar os preços, assim como uma redução na oferta também pode elevar os preços. A demanda também pode aumentar porque os consumidores têm mais dinheiro para gastar.

A inflação é uma ocorrência natural na economia de mercado. Existem muitas maneiras de se proteger contra a inflação; um investidor disciplinado pode planejar para a inflação investindo em classes de ativos que superam o mercado durante climas inflacionários.

Manter as classes de ativos cobertos pela inflação em sua lista de observação – e atacar quando vir a inflação começar a tomar forma em uma economia de crescimento orgânico real – pode ajudar seu portfólio a prosperar quando a inflação atingir.

A alta da inflação medida no Brasil pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tornou importante buscar uma rentabilidade maior para proteção contra a inflação. A evolução dos preços reflete diretamente na qualidade de seus investimentos, já que alguns podem chegar a ter rendimento real negativo, como, por exemplo a poupança. 

Ativos que te progem da inflação

1. Ouro

O ouro costuma ser considerado uma proteção contra a inflação. Na verdade, muitas pessoas consideram o ouro uma “moeda alternativa”, principalmente em países onde a moeda nativa está perdendo valor. Esses países tendem a utilizar ouro ou outras moedas fortes quando sua própria moeda falha. O ouro é um ativo real e físico e tende a manter seu valor em sua maior parte.

No entanto, o ouro não é um hedge perfeito contra a inflação. Quando a inflação sobe, os bancos centrais tendem a aumentar as taxas de juros como parte da política monetária. Manter um ativo como ouro que não rende rendimentos não é tão valioso quanto reter um ativo que rende, especialmente quando as taxas são mais altas, o que significa que os rendimentos são mais altos.

Você pode investir em ouro por meio do ETF GOLD11.

2. Commodities

As commodities são uma ampla categoria que inclui grãos, metais preciosos, eletricidade, petróleo, carne bovina, suco de laranja e gás natural, bem como moedas estrangeiras, emissões e alguns outros instrumentos financeiros. As commodities e a inflação possuem forte correlação. Dessa forma, as commodities são um indicador da inflação que está por vir. À medida que o preço de uma mercadoria aumenta, também aumenta o preço dos produtos que a mercadoria é usada para produzir.

Antes de investir em commodities, os investidores devem estar cientes de que são altamente voláteis e recomenda-se cautela ao investir no comércio de commodities. Como as commodities dependem de fatores de oferta e demanda, uma ligeira mudança na oferta devido a tensões ou conflitos geopolíticos pode afetar adversamente os preços das commodities.

No Site ETF.com você pode encontrar diversos ETFs para investir em commodities.

3. Fundos de Investimento Imobiliário

Os fundos de investimento imobiliário são empresas que possuem e operam imóveis que geram renda. Os preços dos imóveis e as receitas de aluguel tendem a subir quando a inflação sobe. Um FII consiste em um pool de bens imóveis que paga dividendos a seus investidores. 

FIIs também têm algumas desvantagens, incluindo a volatilidade nos seus preços quando há variabilidade nas taxas de juros. Quando as taxas de juros sobem, os títulos do Tesouro geralmente se tornam atraentes. Isso pode ocasionar a desvalorização da cotação dos FIIs.

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4. Ações

As ações oferecem o maior potencial de alta a longo prazo. Em geral, as empresas que ganham com a inflação são aquelas que exigem pouco capital. Atualmente, o S&P 500 possui alta concentração de negócios de tecnologia e serviços de comunicação. (Eles representam uma participação de 35% no Índice.) Tanto a tecnologia quanto os serviços de comunicação são negócios leves, portanto, teoricamente, deveriam vencer a inflação.

Quem investe na Bolsa de Valores também deve estar atento para aprender com as recomendações de grandes investidores de sucesso. Recentemente o megainvestidor e bilionário Warren Buffett compartilhou suas indicações sobre onde investir na alta inflação. Segundo Buffett, lgumas empresas têm mais chances de terem bons resultados do que outras.

Na reunião anual da Berkshire Hathaway de 2015, Buffett foi questionado sobre quais ações de sua empresa estavam mais bem posicionadas para prosperar durante um período de alta inflação. Segundo o bilionário, o melhor negócio para se ter é aquele que não exige reinvestimento contínuo, porque se torna cada vez mais caro com a evolução da inflação.

“Os melhores negócios durante a inflação são aqueles que você compra uma vez e não precisa continuar fazendo investimentos de capital posteriormente”

Segundo ele, “qualquer negócio com alto investimento de capital tende a ser um negócio ruim para se fazer na inflação”. Negócios como serviços de utilidade pública ou ferrovias “estão consumindo cada vez mais dinheiro” e não são tão lucrativos, explicou ele sobre o contexto norte americano. Além disso, em períodos inflacionários, Buffet recomenda ações de empresas que possuam uma marca forte. Adquirir parte de “um negócio maravilhoso”, como disse Buffett em 2009, é útil porque não importa o que aconteça com a inflação o produto do negócio ainda terá demanda.

“Uma marca forte é algo maravilhoso de se possuir durante a inflação”

5. Imóveis próprios

Os imóveis próprios também são um dos tipos de investimento recomendados pelo bilionário Warren Buffett. Segundo o megainvestidor, também é particularmente útil possuir um imóvel em tempos de alta inflação. Para ele, esse é um bom investimento porque a compra é um “desembolso único” para o investidor e tem o benefício adicional de poder ser revendido.

“Se você tem algo que é útil para outra pessoa, tende a ser precificado em termos de valor de reposição ao longo do tempo, então você realmente obtém o impulso inflacionário”

6. Terras agricultáveis

Ao contrário de outros ativos produtivos, a terra não deprecia. Na verdade, normalmente se valoriza com o tempo, refletindo a inflação no período, demandas demográficas e ganhos na produtividade agrícola trazidos pela modernização de técnicas de cultivo. Segundo estudiosos da história da economia, o preço da terra e o salário
de trabalhadores não qualificados são a melhor referência para entender e ajustar o valor do dinheiro por longos períodos de tempo (um século ou mais) e seriam um indicador muito melhor do que a cotação do ouro, títulos do Tesouro americano e até mesmo índices oficiais de inflação.

Os principais fatores que influenciam o valor da terra são taxa de juros, inflação e produtividade da terra.

Ao longo da história indivíduos e famílias adquiriram, mantiveram e cultivaram terras e passaram o bem a gerações futuras como seu patrimônio, sua herança e seu legado. Em geral, o investimento em terras agrícolas tende a suportar bem períodos de inflação elevada.